Mais um final de semana chega, e como não poderia deixar de ser, com o pagamento fresco para o início do mês, vamos aos mercados da vida, na busca de mais alentos alcoólicos para desbravar. Após mais de 20 postagens acerca do tema, lembrei do compadre Karin, com quem trabalhei durante algum tempo. Na época, ele havia me recomendado a cerveja mexicana Dos Equis. Disse ele que era um espetáculo. Fiquei um pouco incrédulo, por saber do potencial da já desbravada Corona, e das demais européias. Ledo engano. A ida ao mercado foi um tanto satisfatória, assim como este desbravamento.
Para entendermos um pouco do cenário, nós precisamos voltar no tempo, mais uma vez. Mais precisamente, ao ano de 1890, em Monterrey, no México. Naquele ano, foi criada a Cervecería Cuauhtémoc-Moctezuma, atualmente servindo como subsidiária da Heineken. Uma cervejaria de peso, com sedes em Tecate, Navojoa, Guadalajara, Toluca e Orizaba; além da tradicional Monterrey. Atualmente produz as cervejas Sol (Que você certamente já desbravou por sí próprio), Bohemia, Superior, Carta Blanca, Noche Buena, Indio, Casta e Tecate. Todas estas marcas totalizam algo em torno de 3,09 GigaLitros produzidos por ano. É cerveja pra ficar borracho por toda a vida!
A Cervecería Cuauhtémoc-Moctezuma foi criada por José Calderón, Isaac Garza, José Muguerza, Francisco Sada, Joseph Schnaider e Wilhelm Hasse. Estes homens começaram a longa e vitoriosa carreira da companhia, através da cerveja Carta Blanca. Já em 1893, ganharam prêmios pela qualidade da cerveja Carta Blanca em Chicago e em Paris. Em 1909, a companhia começou a crescer, e a produzir em conjunto com outra empresa de vidros; garrafas deste material para o armazenamento de cervejas. Durante a Revolução Mexicana de 1910, a companhia apoiou Victoriano Huerta, militar que viria a ser presidente do país em 1913. Isto mostra que a companhia esteve envolvida no pano de fundo que forma a base da história atual do México. Dentro de toda essa história, a cerveja Dos Equis já havia sido criada, em 1897, por um cervejeiro natural da Alemanha, chamado Wilhelm Hasse. O nome Dos Equis significa "Século XX", e seu intuito era comemorar a então chegada daquele novo século, com dois números romanos.
A cerveja Dos Equis vale a pena ser desbravada. Com um teor tradicional de 4,5% de álcool, ela consegue se diferenciar das tradicionais brasileiras justamente por conta do equilíbrio conduzido por sua leveza, e seu sabor. Conta com uma coloração bem dourada, e sua drinkability consegue seguir curso natural. A rival Corona é superior em todos os quesitos, mas isto não significa que a Dos Equis seja uma cerveja ruim. Ela é leve e refrescante, algo que você consegue tranquilamente com as tradicionais cervejas de mercado brasileiras, com o diferencial do sabor. A Dos Equis possui um bom retrogosto, ou seja, ela segue leve ao paladar, não marca impressões ou deixa rastros. O equilíbrio conta com bons toques de lúpulo e trigo, e no cojunto, ela realmente vale a pena; especialmente se estiver estupidamente gelada em um daqueles (infernais) dias de calor.
Segue o ritmo, se você busca uma cerveja diferente, e ao mesmo tempo por um precinho camarada, a Dos Equis não decepciona. Vale a pena de ser desbravada, caso você não tenha maiores compromissos.