sexta-feira, 22 de julho de 2011

"A Banda"... Entramos definitivamente nos Anos 10.

Não, não é comercial da Sadia. Nem do Itaú. É pior.



Romantismo é um saco. Nada contra, afinal, é bom você ter uma companheira e passar momentos com ela e Et cetera. Contudo, a temática é um saco, especialmente se considerarmos a forma como ela vem sendo trabalhada, desde que a música, os filmes e seriados passaram a adotar uma abordagem mais açucarada: Irritante, repetitiva, melosa, apelativa e por vezes vitimista. Recentemente, a internet presenciou mais um estouro, mais um hit, com o viés do fato em sua pior forma. Ao invés do esdrúxulo apelativo-do-bundão-de-fora de um Funk, o estouro de uma banda que consegue sintetizar muito bem o pior espírito porco da neo-moderninade que estamos todos vivendo.

Neste mundinho sin huevos (sem culhões), o tempo é extremamente propício para o nascimento, crescimento e virtual fama desta, que é sem dúvidas, uma das bandas mais pentelhas dos últimos tempos. Não irei poluir este humilde blog com o nome da mesma, mas irei escrever algumas linhas, uma vez que o conjunto diz ser de Curitiba. A mesma cidade que outrora nos deu o Tubão, o Comando Pinheirinho, a invasão campal no Couto Pereira, os dias frios, o Largo da (Des)Ordem. A "Banda Mais Medíocre da Cidade" é uma afronta não apenas a este local, mas à todos aqueles que tem como modo de vida a hooliganização de si próprio.

"Quando o Los Hermanos decidiu meio-que-encerrar as atividades, entocando, assim, todos os seus fãs em seus formigueiros, onde tem permanecido quietinhos desde então, e o Teatro Mágico foi enviado de volta ao inferno que o concebeu, eu, na minha repetida inocência, pensei que estaria livre da pior espécie da fauna musical brasileira - os seres do bem -, eis que eles promovem um retorno triunfal, provocando um alvoroço nas redes sociais maior do que um tweet de liquidação da Zara consegue nas mulheres. Ontem, uma banda com o já irritante nome de A Banda Mais Bonita da Cidade lançou um clipe" (Casualidades Distorcidas, clique aqui)

Com uma sonoridade que faz a completa oposição a tudo aquilo que os mais borrachos vivem e acreditam, a música "Oração" faz uma completa piada de si mesma. Pergunto-me qual seria a reação de Nossa Senhora ao ouvir que "coração cabe na dispensa", tal qual fui igualmente indagado por demais compadres, sobre uma opinião acerca destes caras. Uma banda sin huevos, cujo formato lembra a precisão daqueles Centros Acadêmicos de universidades federais, com neo-hippies, neo-moderninhos, neo-Esquerdistas e pessoas bi-tri-tetra-sexuais, no auge de seus quase 30 anos, agindo como se tivessem 14. Futebol certamente passa longe dos integrantes, e isto é um ponto positivo: A cancha continua livre destes seres. Mais adiante, o clipe inteiro é uma desgraça: A fotografia, sempre clichê, reduz a tonalidade das cores pros tons pastéis e tudo passa a lembrar aquelas estapafúrdias propagandas de banco (tipo o Itaú). Os sorrisos forçados, os pulinhos, a infantilização de uns piá barbudo e a pacificação. Fico pensando no tamanho da passividade de pessoas que admiram a "Banda da Cidade" (Se estoura um Golpe Militar, hein amigão?). A Oração não tem nada de Oração, e pra variar, o clipe virou um estouro, o que comprova o não entendimento dos (sic) cults a respeito de música.

Gosto é gosto, claro que é. Mas sob slogans de "salvação da música brasileira", esta banda termina por fazer jus ao ridículo. Penso estar louco, e é nesta hora que vejo: Entramos definitivamente nos Anos 10. A batalha será cada vez mais árdua para salvar o campo musical não só da ridicularização (Parangolé), como principalmente do Poeticamente Correto, cuja felicidade forçada nos clipes e letras soam muito mais falsas que torcida de Seleção Brasileira em despedida do Ronaldo.